O Futurismo, vanguarda iniciada em 1909 por Filippo Marinetti, teve como princípio a exaltação da velocidade, as máquinas e novas tecnologias, e o desejo de transmitir o “dinamismo” da cidade industrial com o desenvolvimento acelerado do capitalismo e o consumismo em ascensão.
Retrato das cidades pós-Revolução Industrial
Na arquitetura futurista,o desejo era o de criar a cidade utópica do futuro, tudo numa lógica primordialmente industrial, prezando a função sobre a forma. Pode-se olhar o projeto de um prédio como exemplo e ver no mesmo instante sua função.
Sant'Elia
Desde a primeira revolução industrial, a quantia de lixo produzido assim como a população se tornou indiscutivelmente crescente e a cultura do “consumir” cada vez mais evidente. Compramos a ideia dos produtos com a mesma rapidez que os descartamos.
Utilizaremos em nosso objeto,as lixeiras. Estas que independente do tempo, sempre tiveram um objetivo comum; estocar lixo temporariamente. Facilitam muito a nossa vida, sendo que sempre estamos consumindo, utilizando alimentos, plásticos, vidros, embalagens e afins, que alguma hora perdem sua utilidade e precisam de um lugar apropriado para serem alojados. Com o passar do tempo a única coisa que se modificou, foram os materiais e formas que elas aderiram, atualmente não é incomum vermos lixeiras que estejam com suas bases longe do chão, ou que tenham formatos que passem além de um simples cubo ou retângulo.
Juntamente com a lixeira, utilizaremos caixas de leite recicladas, mostrando mesmo que com um design diferente, o "lixo" utilizado em sua produção, remete ao uso, de uma lixeira para materiais recicláveis. De certa forma, relacionando com a certa “obviedade” dos projetos arquitetônicos futuristas.
Com relação as cores e volumetria criada, procuramos fazer analogias com aspetcos tanto futuristas como de suas influencias. O futurismo teve inspirações cubistas, como por exemplo o fato de desfazer as formas mostrando suas várias facetas, o “cubismo em movimento” sendo que as várias "pontas" criadas a partir das embalagens de leite, tem como significado , mostrar as faces ocultas, como se a lixeira estivesse se desintegrando e se revelando como um todo ao espectador e usuário desse objeto, remetendo ao mesmo tempo nessa forma explosiva, a sensação de velocidade tão valorizada no futurismo. Mantemos o tom prata da embalagem de leite referenciando a utilização das cores nas obras de artistas como Giacomo Balla e Umberto Boccioni e também para acentuar a sensação de movimento, que com as mudanças da luz no decorrer do dia e a sua reflexão, o objeto modifica-se também constantemente.
Giacomo Balla
A escolha dos materiais foi além da idéia de obviedade, na época do futurismo, a revolução industrial era um ponto forte, sendo que se valorizavam em construções novas tecnologias e materiais, e inspirados nisso, escolhemos algo reciclado, pois dos valores atuais se preza acima de tudo o meio ambiente e a valorização de produtos ja existentes e criação para novos usos dos mesmos, ou seja seu reaproveitamento.
Fotos do processo de produção, até a geração da obra final
Fotos: Anderson Kech
Materiais utilizados:
Caixa de MDF
Caixas de leite
Spray na cor prata
Durante o processo de criação, desenvolvemos outros estudos em torno do tema:
Croqui: Priscila Z. Schinaider
Fotos: Anderson Kech